De acordo com um anúncio da Gazeta de Lisboa, em Jun de 1823 há mais um Serzedello estabelecido em Lisboa no mesmo negócio de "droguista / comércio de produtos químicos"[1], o Bento José Vieira Serzedello, estabelecido no nº 22 da Rua direita do Arsenal da Marinha,m em Lisboa.
Ora este José Bento Vieira Serzedello terá a idade aproximada do João António Pereira Serzedello e partilham não só o sobrenome como o ramo de negócio. Por outro lado e de acordo com os registos genealógicos do Geneall/Biblioteca Genealógica de Lisboa, virão a ser cunhados, já que o filho de José Bento, João António Vieira Serzedello virá a casar com Maria do Carmo Pereira Serzedello, filha do José António Pereira Serzedello.
Como explicar esta coincidência de apelidos entre estes dois cunhados, se o primeiro apelido Serzedello que se conhece é o de Maria Josefa, mãe de João António, a geração imediatamente anterior?...
Esperando pela recolha[2] (e ajuda nessa recolha) de mais informação, atrevemo-nos a aventar esta hipótese:
Mais uma vez estaríamos em presença da predominância dos apelidos maternos sobre os paternos, ideossincrasia que não sendo caso único na história da genealogia e patronímica portuguesas, tem nos Serzedello um exemplo paradigmático porquanto foi uma constante ao longo de seis gerações:
§1: O José Bento Vieira Serzedelo casou com Teresa Josefa, podendo esta ser irmã do João António (seria Teresa Josefa Pereira Serzedello), assim contraindo o José Bento Vieira o apelido Serzedello;
§2: Mais tarde, estes dois cunhados vão casar os filhos com um/a sobrinho/a, isto é, o João António Vieira Serzedello e a Mª do Carmo Pereira Serzedello seriam primos carnais,
Esta possibilidade, além de reflectir uma realidade frequente à época, viria a ser igualmente uma realidade pelo menos mais uma vez na família Serzedello alguns anos depois: José António Pereira Serzedello Júnior, nascido em Lisboa em 1826, viria a casar em 1855 (aos 28 anos) com uma prima carnal, Teresa Maria Barboza Serzedello (dados ainda a validar), filha da sua tia paterna Mariana Cândida Pereira Serzedello e irmã de seu primo Bento José Barboza Serzedello, entretanto estabelecido na Rua do Ouvidor, 39 (RJ-Brasil) com o mesmo negócio que já vem sendo o da família, os produtos químicos e farmacêuticos![1].
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[1] - Veremos melhor a seu tempo; a ocupação familiar na esfera da "Drogaria", Químicos e Farmácia esteve para a vasta família Serzedello, quer em Portugal quer no Brasil, como os assuntos do mar e a expansão marítima terão estado para as primeiras três ou quatro gerações da II Dinastia;
[2] - Atentos os meios de produção, suporte e comunicação de informação ao nosso dispor, todos contribuimos para o trabalho de todos. Nestas notas sobre os Serzedellos, embora não dispensemos a validação da informação junto das fontes acreditadas sempre (e assim que) possível, vamo-nos orientando também pela informação que outros familiares já produziram e colocaram em plataformas diversas. Uma dessas plataformas é a do Geneall/Biblioteca Genealógica de Lisboa onde já se acumula muita e muito trabalhosa informação, produzida tanto pelos Webmasters da plataforma como pelos membros mas onde, inevitavelmente, acaba por existir informação repetida, por um lado, e parcelar ou amputada, por outro, já que cada contribuinte coloca os dados de que dispõe (ou consegue obter) na sua linha geracional familiar.
Temos pena de que não exista um mecanismo de validação, integração e consolidação, por forma a eliminar a informação redundante e consolidar a completude da informação parcelar. Adensando,
A - A pessoa A, a partir de relatos de pais e avós e procurando assentos que a estes respeitem, começa a reconstituir a sua genealogia, chega aos seus bisavós e atribui-lhes como filha a avó que conheceram;
B - A pessoa B, faz o mesmo e nas mesmas condições;
C - Quem mais tarde for consultar, encontra dois blocos de informação incompletas porque sendo os mesmos os bisavós, são reciprocamente omitidos os outros filhos destes que não sejam os avós de quem deu o contributo;
D - E por fim podemos até chegar à conclusão de que, afinal, os bisavós em questão tiveram, não um nem dois, mas quatro ou cinco filhos.
Um exemplo concreto será o deste contributo:
trata-se de um laborioso e profundíssimo trabalho, que implicou imensas horas de trabalho e a consulta a uma infinidade de registos e documentos. Contudo, logo na segunda geração e no que à Mª Josefa diz respeito, são omissas, pelo menos, as filhas.
Ora por outro lado, um descendente das filhas colocou também um trabalho parecido, onde não omite as filhas mas omite um ou vários dos filhos da Mª Josefa e o mecanismo referido permitiria ou completar ambos os trabalhos ou até, porventura, fundi-los.
ABS
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