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sábado, 2 de dezembro de 2006

Sociedade Histórica da Independência - 1868

O fim da infância da Associação 1º de Dezembro de 1640.
(somando estes dois períodos, a SHIP conta 150 anos)

Sete anos após a criação da Associação e continuando a envolver praticamente todos os que logo em 1861 integraram quer a Associação, quer a 1ª Comissão Central, foi criada a Sociedade Histórica Independência de Portugal, SHIP (ou rebaptizada a Associação), cujos primeiros estatutos seriam aprovados no ano seguinte. Continuando a manter o simbolismo dos 40 conjurados, o Conselho Supremo da SHIP era composto por 40 cadeiras que em 1868 eram assim ocupadas:


Cadeira nº 1, Alexandre Herculano
Cadeira nº 2, Anselmo José Braancamp
Cadeira nº 3, António Esteves de Carvalho
Cadeira nº 4, Dr. A. J. Ribeiro Gomes de Abreu
Cadeira nº 5, António José Marques Leal
Cadeira nº 6, A. José Pereira Serzedelo Júnior
Cadeira nº 7, António da Silva Tullio
Cadeira nº 8, Ayres de Sá Nogueira
Cadeira nº 9, Conde de Almada
Cadeira nº 10, Conde de Redondo
Cadeira nº 11, Custódio Firmo Rodrigues
Cadeira nº 12, Domingos Ferreira Pinto Basto
Cadeira nº 13, Feliciano de Andrade Moura 
Cadeira nº 14, Francisco Vieira da Silva
Cadeira nº 15, Innocêncio Francisco da Silva
Cadeira nº 16, J. Augusto de Freitas Oliveira
Cadeira nº 17, João José Barbosa Marreca
Cadeira nº 18, João Daniel de Sines
Cadeira nº 19, João Luiz Moraes Mantas
Cadeira nº 20, João Ricardo Cordeiro Júnior
Cadeira nº 21, J. António Gonçalves Teixeira
Cadeira nº 22, Joaquim José Pereira Guimarães
Cadeira nº 23, José César Giurian
Cadeira nº 24, José Estevão Coelho de Magalhães
Cadeira nº 25, José Joaquim Alves Chaves
Cadeira nº 26, José Maria Chaves
Cadeira nº 27, José Maria Frazão
Cadeira nº 28, José Maria da Silva e Albuquerque
Cadeira nº 29, José Maurício Velloso
Cadeira nº 30, J. do Nascimento Gonçalves Corrêa
Cadeira nº 31, José da Silva Mendes Leal Júnior
Cadeira nº 32, Luiz Augusto Rebello da Silva
Cadeira nº 33, Luiz de Castro Guimarães
Cadeira nº 34, Luiz Fillipe Leite
Cadeira nº 35, Luiz Telles de Mello
Cadeira nº 36, L. de Vasconcellos d' Azevedo e Silva
Cadeira nº 37, Manuel Coelho Torrezão
Cadeira nº 38, Manuel de Jesus Coelho
Cadeira nº 39, Pedro Wenceslau de Brito Aranha
Cadeira nº 40, D. Sebastião Maldonado


Obras marcantes da CC-1ºD-SHIP até ao fim do séc. XIX:

"Desde a sua fundação em 1861 que a CC-1ºDº-SHIP promove as comemorações do 1.º de Dezembro de 1640, embora no seu primeiro ano não se chegassem a realizar por coincidirem com o luto nacional decretado por morte do rei D. Pedro V de Portugal.

Como obras sociais destaca-se a campanha de combate à fome em Cabo Verde (1863) e na área da edificação de monumentos erigiu as estátuas, i) ao poeta Bocage em Setúbal (1870), ii) a D. Afonso Henriques em Guimarães (1884), iii) a Luís Vaz de Camões (1867), iv) a Sá da Bandeira em Lisboa e ainda e com especial relevo , v) o Monumento aos Restauradores em Lisboa (1886).




sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

1º de Dezembro de 1640 - Comissão Central

(1861)
Fundada numa altura em que ondas iberistas ameaçariam de novo a Independência e a Soberania de Portugal, surge com o propósito de defender essa mesma independência bem como a integridade do seu património, incluindo a língua e cultura nacionais, de promover do culto do amor pela pátria, além de assegurar a comemoração das grandes datas nacionais e a preservação da dignidade de Portugal como nação livre e independente. Teve como primeiro nome (ou designação) "Associação Nacional 1.º de Dezembro de 1640" e logo na fundação nomeou a primeira ''Comissão Central 1.º de Dezembro de 1640'' que procurando trazer a este desígnio o patriotismo dos conjurados da revolução de 1640, foi constituída com o simbólico número de 40 membros (tal como foram 40 os Conjurados em 1640.

Em 1968 passaria a ser a Sociedade Histórica Independência de Portugal (SHIP) e teve os seus primeiros estatutos aprovados por decreto do Ministério do Reino datado de 1 de Dezembro de 1869.

Breve resenha da fundação
Bandeira da Restauração
A iniciativa de criação da Associação partiu de Feliciano de Andrade Moura que, distribuindo folhetos pela capital chamando à atenção dos portugueses para as atitudes anti-nacionalistas que se estavam a desenvolver em Portugal e em Espanha, por essa via reuniu um número considerável de patriotas no seu espaço na Rua Augusta, a 16 de Maio de 1861. Essa reunião foi presidida pelo próprio e foi secretariada por Brito Aranha e Joaquim António Gonçalves Teixeira e como prioridade foi decidido ajudar a comemorar com a máxima das dignidades e com maior relevo o 1.º de Dezembro de 1640.

Em 24 de Maio reuniram novamente e nessa altura foi proposto o nome de 'Associação Nacional de 1.º de Dezembro' para este movimento. A 4 de Junho, o Grémio Nacional tinha decidido juntar-se a esta associação para comemorar com maior "luzimento" o 1.º de Dezembro, que antes era celebrado erraticamente pelo país e graças a iniciativas locais avulsas.
A partir do dia 14 de Julho de 1861 decorreu uma uma eleição secreta que com uma enorme adesão - quase 3.000 votantes - decidiu o referido (e simbólico)  número de quarenta nomes de personalidades, escolhidas pelo prestígio, idoneidade e qualidades na defesa da independência e soberania do Reino entre as várias classes da sociedade lisbonense, tendo sido proposto para a presidência o mentor deste projecto, Feliciano Andrade Moura que, por modéstia e deferência, declinou em António Esteves de Carvalho, à data presidente da Câmara de Lisboa. Andrade Moura ficou com a vice-presidência.

Obras marcantes da CC-1ºD-SHIP até ao fim do séc. XIX:

"Desde a sua fundação em 1861 que a CC-1ºDº-SHIP promove as comemorações do 1.º de Dezembro de 1640, embora no seu primeiro ano não se chegassem a realizar por coincidirem com o luto nacional decretado por morte do rei D. Pedro V de Portugal.

Como obras sociais destaca-se a campanha de combate à fome em Cabo Verde (1863) e na área da edificação de monumentos, erigiu as estátuas, i) ao poeta Bocage em Setúbal (1870), ii) a D. Afonso Henriques em Guimarães (1884), iii) a Luís Vaz de Camões (1867), iv) a Sá da Bandeira em Lisboa e ainda e com especial relevo , v) o Monumento aos Restauradores em Lisboa (1886).

Lista das 40 personalidades eleitas para a 1.ª Comissão Central
(instalação e posse a 28 de Julho do mesmo ano 1861 no Palácio da Independência:
Os seus primeiros membros, por ordem alfabética):
  1. Anselmo José Braamcamp;
  2. António Esteves de Carvalho, Barão de Santa Engrácia, presidente;         
  3. António José Pereira Serzedelo Júnior;
  4. António da Silva Túlio;
  5. Aires de Sá Nogueira;
  6. Custódio Firmo Rodrigues;
  7. Feliciano de Andrade Moura, vice-presidente;
  8. Inocêncio Francisco da Silva;
  9. João José Barbosa Marreca;
  10. João Daniel de Sines;
  11. João Luís de Morais Mantas;
  12. João Ricardo Cordeiro Júnior;
  13. Joaquim António Gonçalves Teixeira;
  14. José César Giurian;
  15. José Estêvão Coelho de Magalhães;
  16. José Joaquim Alves Chaves;
  17. José Maria Frazão;
  18. José Maurício Veloso;
  19. José do Nascimento Gonçalves Correia;
  20. José da Silva Mendes Leal;
  21. Luís de Castro Guimarães;
  22. Luís de Vasconcelos de Azevedo e Silva;
  23. Manuel Coelho Torrezão;
  24. Manuel de Jesus Coelho;
  25. Pedro Wenceslau de Brito Aranha;
  26. Sebastião António Maldonado
Até ao dia  25 de Agosto, O presidente, integrou a essta lista os seguintes 12 membros,
  1. Alexandre Herculano;
  2. A. J. Ribeiro Gomes de Abreu
  3. António José Marques Leal
  4. Domingos Ferreira Pinto Basto
  5. Francisco Vieira da Silva
  6. Jacinto Augusto de Freitas Oliveira
  7. Joaquim José Pereira de Guimarães
  8. José Maria Chaves
  9. José Maria da Silva e Albuquerque
  10. Luís Filipe Leite
  11. Lourenço José Maria Boaventura de Almada Cyrne Peixoto, Conde de Almada
  12. José Luís Gonzaga de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses, Conde de Redondo
A que se seguiram, na assinatura do "Manifesto" no mesmo dia de 25 de Agosto, ainda os seguintes nomes,
  1. Luís Augusto Rebelo da Silva
  2. Luís Teles de Melo
Excerto do manifesto:

Portugal, avivando e celebrando com mais solenidade o aniversário da reconquista da Independência em 1640, nem pretende ferir o pundonor da briosa nação espanhola, nossa amiga e aliada, nem ressuscitar os ódios que outrora inimizaram os dois povos convizinhos. [...] I Nenhum outro motivo inspirou aos portugueses a ideia de manifestar o seu patriotismo, determinando sem insinuação nem concerto prévio, na capital, nas províncias, em cidades e aldeias, repor na memória nacional, com a devida solenidade, o aniversário da Restauração da nossa Independência em 1640. [...I O sentimento público, assim como se moveu, de por si, a esta manifestação, há-de realizá-la com sisudeza, sem ostentações vãs, e com a circunspecção que demanda tal solenidade[...]