com laboratório fábrica na Margueira e depósito no Largo do Corpo Santo, nº 7 em Lisboa.
(Documento do acervo de Carlos Antº Serzedelo Palhares - Lx)
Fundada na segunda década do séc XIX numa associação de duas gerações Pereira Serzedello (o tio João António e os sobrinhos António Joaquim, António José e José António, a partir de 1 de Março de 1822 ficou pertença apenas dos irmãos, assim referidos ao longo do séc. XIX (os "Irmãos Serzedelo" ou os "Srs. Serzedello"). A Serzedello & Companhia começou por ter apenas o depósito na Rua do Corpo Santo, onde fazia o seu comércio (incluindo de e para o Brasil) e onde a preparação química seria uma componente residual. Foi a partir da aquisição da Fábrica da Margueira, nos anos 40 do séc. XIX que viria a sofrer um extraordinário impulso de crescimento, tendo estado na primeira linha da tecnologia e como presença referenciada nas grandes exposições universais como a de Paris em 1850, Londres em 1855, Filadélfia em 1872, etc. onde recebeu distinções e honrosas menções aos seus produtos.
Tendo laborado praticamente ao século XX, nela operaram 4 ou 5 gerações da família Serzedello, incluindo cunhados e outros familiares cooptados que aí viriam a desempenhar cargos de preparadores químicos e direcção fabril, além de da mesma saírem alguns dos assistentes (preparadores químicos) da Escola Politécnica de Lisboa, conforme estudo desenvolvido e muito bem suportado pela Sra Professora Isabel Neves Cruz, professora de História e Filosofia das Ciências na Universidade Nova de Lisboa[1]. Barca Isabel - 1851
No início da segunda metade do séc. XIX e quando não havia outro meio de transporte senão o marítimo, além da Serzedello & Companhia fazer transportes de e para os principais portos europeus e brasileiros, está igualmente presente com os seus produtos em exposições longínquas, como (e não considerando a de Paris de 1855) será o caso da de Londres em 1850 e a de Filadélfia em 1876. Contudo, a Serzedello & Companhia respondeu a esta necessidade de transportes chamando a si quer a logística quer o transporte propriamente dito e criando a sua própria frota mercante. De resto, logo no início da segunda metade do séc. XIX os "Srs Serzedello" têm em construção do outro lado do Tejo dois brigues, o "Isabel" e o "Infante", para continuar a assegurar a sua completa autonomia de entrega e recolha de matérias-primas e mercadorias.
Concomitantemente, e numa altura em que a organização do correio internacional era ainda muito rudimentar, pelo facto de disporem de frota marítima própria desempenharam igualmente o papel de Agentes Encaminhadores Postais, sendo hoje uma das entidades referidas na filatelia no capítulo dos "forward" e da época "pré-adesiva".
Artigo d'A Filatelia Portuguesa:
http://www.filatelicamente.online.pt/r101/artigo_html/revista101_1.html
Em duas linhas de resumo, os "Irmãos de Serzedello" e a "Serzedello & Companhia" são - em paralelo com os seus pares de então, precursores de duas das principais indústrias que já conhecemos no séc. XIX do outro lado do Tejo, a Indústria Química (que viria a ter na CUF o seu grande expoente) e a Indústria Naval.
Abs
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