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quinta-feira, 3 de março de 2005

Carlos Augusto Pressler Serzedello

(1917) 
O Bosque Místico e Sagrado da Candelária

Ou "o cemitério dos heróis esquecidos da EFMM"
in memoriam
Carlos Augusto Pressler Serzedello
(n. 1876  + 1917) 
(http://www.gentedeopiniao.com.br/lerConteudo.php?news=26142)


" Eles ainda estão lá, esquecidos e perdidos há quase um século, no meio do bosque místico, sagrado e histórico em que se transformou o Cemitério da Candelária, a dois quilômetros do centro de Porto Velho. São os 1.593 trabalhadores que vieram de 22 países de todos os continentes para lutar contra a selva amazônica e morrerem durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Madeira, e que ainda estão lá sepultados. 
Talvez não haja cemitério igual no planeta. É uma espécie de ONU (Organização das Nacões Unidas) fúnebre, Lá estão enterrados espanhóis, antilhanos, portugueses, gregos, bolivianos, italianos, venezuelanos, colombianos, chineses, turcos, peruanos, barbadianos, alemães, franceses, ingleses, austríacos, árabes, russos, porto-riquenhos, japoneses e dinamarqueses que a Madeira-Mamoré Railway Company recrutou no mundo inteiro para trabalharem na construção ferrovia (...) Eles foram sepultados entre 1.907, quando o cemitério foi aberto, anexo ao Complexo Hospitalar da Candelária, criado para tratar de funcionários da ferrovia, e 1.912, quando a ferrovia foi inaugurada. Era reservado só para os operários estrangeiros que morriam nas obras na grande ferrovia da floresta. Quando a construção da estrada acabou, e a maioria dos estrangeiros voltou para suas terras de origem, os que morreram foram abandonados pelos compatriotas sobreviventes. Não há registro de que algum deles tenha sido exumado para lugar algum. Heróis de uma das maiores obras da humanidade, nunca foram repatriados após a morte em terra estranha. Seus nomes foram esquecidos. Seus túmulos começaram a ser violados após a desativação do cemitério em 1920. As lápides foram destruídas ou roubadas. 
As tumbas desapareceram - As que não foram violadas foram engolidas pela floresta que ressurgiu no local. Árvores gigantes se ergueram sobre os túmulos, penetrando-os com grossas raízes, envolvendo, triturando e misturando os ossos com a terra. 
Uma ou outra tumba é hoje encontrada.. Uma delas, posterior a 1912, já do tempo em que brasileiros também eram enterrados no Candelária, é de Carlos Augusto Serzedelo, nascido em julho de 1876 e falecido em agosto de 1917. Os túmulos que sobraram estão escondidas pela floresta que tomou conta do cemitério abandonado (...) "

recorte da "Capital" de 30 de Agosto de 1917:



 Carlos Augusto Serzedello Pressler

Óbito


A CAPITAL - PARTE COMMERCIAL
Quinta-Feira, 30 de Agosto de 1917




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