(1861)
Fundada numa altura em que ondas iberistas ameaçariam de novo a Independência e a Soberania de Portugal, surge com o propósito de defender essa mesma independência bem como a integridade do seu património, incluindo a língua e cultura nacionais, de promover do culto do amor pela pátria, além de assegurar a comemoração das grandes datas nacionais e a preservação da dignidade de Portugal como nação livre e independente. Teve como primeiro nome (ou designação) "Associação Nacional 1.º de Dezembro de 1640" e logo na fundação nomeou a primeira ''Comissão Central 1.º de Dezembro de 1640'' que procurando trazer a este desígnio o patriotismo dos conjurados da revolução de 1640, foi constituída com o simbólico número de 40 membros (tal como foram 40 os Conjurados em 1640.
Em 1968 passaria a ser a Sociedade Histórica Independência de Portugal (SHIP) e teve os seus primeiros estatutos aprovados por decreto do Ministério do Reino datado de 1 de Dezembro de 1869.
Em 1968 passaria a ser a Sociedade Histórica Independência de Portugal (SHIP) e teve os seus primeiros estatutos aprovados por decreto do Ministério do Reino datado de 1 de Dezembro de 1869.
Breve resenha da fundação
Bandeira da Restauração
A iniciativa de criação da Associação partiu de Feliciano de Andrade Moura que, distribuindo folhetos pela capital chamando à atenção dos portugueses para as atitudes anti-nacionalistas que se estavam a desenvolver em Portugal e em Espanha, por essa via reuniu um número considerável de patriotas no seu espaço na Rua Augusta, a 16 de Maio de 1861. Essa reunião foi presidida pelo próprio e foi secretariada por Brito Aranha e Joaquim António Gonçalves Teixeira e como prioridade foi decidido ajudar a comemorar com a máxima das dignidades e com maior relevo o 1.º de Dezembro de 1640.
Em 24 de Maio reuniram novamente e nessa altura foi proposto o nome de 'Associação Nacional de 1.º de Dezembro' para este movimento. A 4 de Junho, o Grémio Nacional tinha decidido juntar-se a esta associação para comemorar com maior "luzimento" o 1.º de Dezembro, que antes era celebrado erraticamente pelo país e graças a iniciativas locais avulsas.
A partir do dia 14 de Julho de 1861 decorreu uma uma eleição secreta que com uma enorme adesão - quase 3.000 votantes - decidiu o referido (e simbólico) número de quarenta nomes de personalidades, escolhidas pelo prestígio, idoneidade e qualidades na defesa da independência e soberania do Reino entre as várias classes da sociedade lisbonense, tendo sido proposto para a presidência o mentor deste projecto, Feliciano Andrade Moura que, por modéstia e deferência, declinou em António Esteves de Carvalho, à data presidente da Câmara de Lisboa. Andrade Moura ficou com a vice-presidência.
A partir do dia 14 de Julho de 1861 decorreu uma uma eleição secreta que com uma enorme adesão - quase 3.000 votantes - decidiu o referido (e simbólico) número de quarenta nomes de personalidades, escolhidas pelo prestígio, idoneidade e qualidades na defesa da independência e soberania do Reino entre as várias classes da sociedade lisbonense, tendo sido proposto para a presidência o mentor deste projecto, Feliciano Andrade Moura que, por modéstia e deferência, declinou em António Esteves de Carvalho, à data presidente da Câmara de Lisboa. Andrade Moura ficou com a vice-presidência.
Obras marcantes da CC-1ºD-SHIP até ao fim do séc. XIX:
"Desde a sua fundação em 1861 que a CC-1ºDº-SHIP promove as comemorações do 1.º de Dezembro de 1640, embora no seu primeiro ano não se chegassem a realizar por coincidirem com o luto nacional decretado por morte do rei D. Pedro V de Portugal.
Como obras sociais destaca-se a campanha de combate à fome em Cabo Verde (1863) e na área da edificação de monumentos, erigiu as estátuas, i) ao poeta Bocage em Setúbal (1870), ii) a D. Afonso Henriques em Guimarães (1884), iii) a Luís Vaz de Camões (1867), iv) a Sá da Bandeira em Lisboa e ainda e com especial relevo , v) o Monumento aos Restauradores em Lisboa (1886).
Lista das 40 personalidades eleitas para a 1.ª Comissão Central
(instalação e posse a 28 de Julho do mesmo ano 1861 no Palácio da Independência:
Os seus primeiros membros, por ordem alfabética):
- Anselmo José Braamcamp;
- António Esteves de Carvalho, Barão de Santa Engrácia, presidente;
- António José Pereira Serzedelo Júnior;
- António da Silva Túlio;
- Aires de Sá Nogueira;
- Custódio Firmo Rodrigues;
- Feliciano de Andrade Moura, vice-presidente;
- Inocêncio Francisco da Silva;
- João José Barbosa Marreca;
- João Daniel de Sines;
- João Luís de Morais Mantas;
- João Ricardo Cordeiro Júnior;
- Joaquim António Gonçalves Teixeira;
- José César Giurian;
- José Estêvão Coelho de Magalhães;
- José Joaquim Alves Chaves;
- José Maria Frazão;
- José Maurício Veloso;
- José do Nascimento Gonçalves Correia;
- José da Silva Mendes Leal;
- Luís de Castro Guimarães;
- Luís de Vasconcelos de Azevedo e Silva;
- Manuel Coelho Torrezão;
- Manuel de Jesus Coelho;
- Pedro Wenceslau de Brito Aranha;
- Sebastião António Maldonado
- Alexandre Herculano;
- A. J. Ribeiro Gomes de Abreu
- António José Marques Leal
- Domingos Ferreira Pinto Basto
- Francisco Vieira da Silva
- Jacinto Augusto de Freitas Oliveira
- Joaquim José Pereira de Guimarães
- José Maria Chaves
- José Maria da Silva e Albuquerque
- Luís Filipe Leite
- Lourenço José Maria Boaventura de Almada Cyrne Peixoto, Conde de Almada
- José Luís Gonzaga de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses, Conde de Redondo
Excerto do manifesto:
Portugal, avivando e celebrando com mais solenidade o aniversário da reconquista da Independência em 1640, nem pretende ferir o pundonor da briosa nação espanhola, nossa amiga e aliada, nem ressuscitar os ódios que outrora inimizaram os dois povos convizinhos. [...] I Nenhum outro motivo inspirou aos portugueses a ideia de manifestar o seu patriotismo, determinando sem insinuação nem concerto prévio, na capital, nas províncias, em cidades e aldeias, repor na memória nacional, com a devida solenidade, o aniversário da Restauração da nossa Independência em 1640. [...I O sentimento público, assim como se moveu, de por si, a esta manifestação, há-de realizá-la com sisudeza, sem ostentações vãs, e com a circunspecção que demanda tal solenidade[...]
Portugal, avivando e celebrando com mais solenidade o aniversário da reconquista da Independência em 1640, nem pretende ferir o pundonor da briosa nação espanhola, nossa amiga e aliada, nem ressuscitar os ódios que outrora inimizaram os dois povos convizinhos. [...] I Nenhum outro motivo inspirou aos portugueses a ideia de manifestar o seu patriotismo, determinando sem insinuação nem concerto prévio, na capital, nas províncias, em cidades e aldeias, repor na memória nacional, com a devida solenidade, o aniversário da Restauração da nossa Independência em 1640. [...I O sentimento público, assim como se moveu, de por si, a esta manifestação, há-de realizá-la com sisudeza, sem ostentações vãs, e com a circunspecção que demanda tal solenidade[...]
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